terça-feira, 10 de maio de 2011

Doenças Psicossomáticas - As doenças da emoção

Tem sido muito comum o uso do termo “doença psicossomática”, que inclusive leva as pessoas com alguma doença física a serem encaminhadas ao atendimento psicológico.
Essas pessoas muitas vezes não tiveram sucesso nos diagnósticos e tratamentos médicos, porque a origem dos sintomas são de nível emocional, portanto estão diretamente relacionados às suas emoções e à sua afetividade.
Quando ficamos doentes, de certa maneira, tendemos a voltar à condição de crianças; numa linguagem mais técnica, regredimos; ficamos mais “dengosos”, queremos atenção, consideração, cuidados, etc. Com tudo isso, quer dizer que quando adoecemos “procuramos” nossa mãe.
Assim, quando somos crianças, somos fortes, conseguimos “seduzir adultos; temos um poder de persuasão muito maior do que quando nos tornamos adultos. Aqui, quando adultos, a doença pode, e às vezes assume as rédeas da sedução do outro. Quantas vezes, vemos pessoas doentes, que se aproveitam dessas doenças para obterem pequenos favores ou comodidades.
Quase sempre, “procuramos” as doenças das quais somos portadores. Esse procurar, no entanto, é um processo incosnciente, pois, ele se mascara, escondendo-se atrás de sintomas, emoções e sentimentos.
As relações entre nosso corpo e nossa mente não caminham separadas, como se pode imaginar. Elas estão entrelaçadas, envolvendo processos inconscientes de nosso ser. Por isso não nos damos conta de quando o problema surge, e quando percebemos já estamos com aquela dor de estômago, dor de cabeça, sem entender como tudo começou.
Um câncer, por exemplo, não se formou naquele momento, ou dias antes de ter sido detectado. Muitas vezes, ou na maioria das vezes, o seu desenvolvimento e evolução tiveram início muitos meses ou anos atrás, momento em que, “enviamos uma mensagem” para nosso Sistema Imunológico “ordenando” que algo deveria ser feito naquele sentido. Falta de carinho, distanciamento de afetos, ou quem sabe, raivas “incubadas” durante muitos anos, ocasionaram um proliferar desordenado de células ou grupos celulares.
Dessa forma o ser humano passa a ser visto e analisado de forma mais integrada, levando-se em consideração sua forma de viver no mundo.
Sendo assim, quando adoecemos, não é suficiente que somente o corpo seja cuidado com medicamentos, mas sim que possamos perceber o por que adoecemos, para que ou para quem adoecemos.
Quando nosso corpo sente algo, nem sempre conseguimos expressar esses sentimentos, expressando nossa raiva, chorando, etc. E mesmo que façamos isso, diversos sintomas podem acompanhar essas emoções como coração acelerado, sudorese, entre outros. Portanto, a cada sensação ou alteração, o corpo faz um sacrifício imenso para manter-se equilibrado, nem sempre com sucesso, o que poderá resultar em desequilíbrios passageiros ou permanentes.
Vivemos numa realidade em que o stress está cada vez mais presente em nosso dia a dia: correria de trabalho, situações de violência e pressão psicológica constante. Nesse momento é importante pararmos em meio a tudo isso para uma reflexão: como estou me relacionando com meu trabalho, com minha família, com meus amigos? Quais necessidades eu possuo e não estão sendo supridas? Estou sendo um ser humano consciente?
É importante ajudarmos nosso corpo a perceber que ele é único e não pode ser comparado, que é limitado, para que possa enxergar seu lugar em nosso mundo.
Porém, nem sempre conseguimos esta mudança de atitude a tempo, e nos deparamos com os sofrimentos que envolvem o adoecimento. E nesse momento, não é suficiente o cuidado com o corpo. Temos que ampliar a visão sobre nós mesmos, cuidando de nossa mente e de nossas emoções.
Percebendo que o nosso organismo não está separado de nossas experiências e que aquilo que vivemos - nossos pensamentos, sentimentos, necessidades e crenças- tem uma repercussão direta no funcionamento de nosso corpo.
A doença vem deflagrar algo a respeito de nós mesmos e de nossas vidas.

Algumas doenças onde o fator Psicossomático é relevante:

- Artrite;
- Câncer e doenças auto-imunes;
- Alergias;
- Asma, Rinite;
- Gastrite, Úlcera;
- Transtornos de pele;
- Impotência e outras disfunções sexuais;
- Hipertensão arterial;
- Fibromialgia.

As alternativas que comprovadamente ajudam a amenizar os sintomas da somatização, ao aliviar o sofrimento emocional:

Meditação

Acredita-se que a meditação modula a resposta do sistema nervoso ao stress. Consegue-se isso por meio do controle da ansiedade. O estudo mais recente nesse campo submeteu pacientes cardíacos à meditação e comprovou que eles tiveram uma redução da pressão arterial.

Terapias cognitivo-comportamentais

O objetivo do método é fazer o paciente aprender a controlar os sintomas. Ou seja, ensiná-lo a evitar a cadeia de reações emocionais que leva o corpo a responder com sinais físicos. Também chamado de terapia breve, é especialmente eficaz para aplacar sintomas clássicos, como taquicardia, tontura e falta de ar.

Psicanálise

Ainda que nunca tenha criado uma teoria psicossomática, Sigmund Freud, o pai da psicanálise, foi um dos seus mais importantes precursores. Ao iniciar a prática clínica, Freud percebeu que as manifestações da histeria correspondiam a uma anatomia imaginária. Ao contrário das outras duas técnicas, a psicanálise age na raiz do problema. Nesse caso, faz toda a diferença saber se os sintomas de uma somatização são fruto da história pessoal do paciente. É uma abordagem profunda e complexa, que demanda tempo e disposição para que o paciente se aventure no autoconhecimento. Os resultados desse tipo de terapia para a melhora da saúde, embora mais demorados, já foram provados cientificamente.

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